A redenção prometida

    ..."Porque sabemos que toda a criação geme e está em dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo"...
                                                     Romanos 8:22-23



          A dialética paulina

     Há quase dois mil anos atrás o apóstolo Paulo dirigia uma carta à Igreja que tinha sido fundada em Roma. Esta carta é complexa e requer um elevado grau de entendimento espiritual, que raramente se vê em um descrente. Sua leitura parece ser repetitiva e maçante, pois revela a ação transformadora do espírito santo sobre a mente e o corpo, algo que a religiosidade judaica, há séculos regida pela lei mosaica, não entendia facilmente.
        Como consequência de seu encontro sobrenatural com Cristo a caminho de Damasco, Paulo foi fortemente ministrado pelo Espírito Santo, tendo permanecido ainda cerca de quatorze anos nesta ministração até iniciar seu ministério. Sua surpreendente mudança de opinião em relação ao Sagrado, tornou-o dotado por de uma verbalização evangelística tão convincente, que certamente antecipou para obra de Deus, em termos quantitativos, séculos de conquistas de almas, sendo ainda hoje, neste sentido, o maior referencial da Igreja cristã.

                                      
Jesus encontra Saulo a caminho de Damasco


      Sua dialética apresenta de forma clara e objetiva, as contradições e insuficiências da lei mosaica em relação à nova era de graça apresentada pelo Evangelho de Cristo, pois tendo sido ele próprio um grande exponencial da tradição judaica, obteve, na forte experiência espiritual com Cristo, grande credibilidade na ministração do Evangelho, não apenas junto aos seu povo judeu, mas sobretudo sobre os gentios. Ele próprio disse de si mesmo: se pela lei fui ministrado aos pés do sábio Gamaliel, pela graça fui ministrado pelo próprio filho de Deus.
    Neste estudo pretendo focar apenas neste aspecto do legado de Paulo, pois o processo de redenção de nossos corpos, pela santificação da graça, apresentado por ele e por ele dito que tal processo finalizaria no dia em que o mesmo fosse revelado de forma prática e visível, no arrebatamento, temos que tal já ocorre nesta presente geração, quando o evento prometido das duas testemunhas, tem sido apresentado diante dos olhos da Igreja, embora estes ainda convivam num corpo híbrido.
      Quando se lê o texto de Apocalipse 11, tão grande tem sido a perplexidade dos estudiosos bíblicos, que poucos se encorajam a reconhecer de forma literal, que se trata realmente de duas pessoas, tendo em vista o poder que lhes foi delegado por Cristo, porém diante de fatos não há argumentos: as duas testemunhas vivem e a manifestação do poder prometido no texto de Apocalipse 11, já é conhecida de muitos. É esta, portanto, uma realidade inquestionável, que em breve será manifestada a toda a humanidade.
   No dia em que suas identidades foram reveladas, a potente voz de Deus, que milhares de pessoas ouviram, recomendava à Igreja que lhes desse ouvidos e aprendesse com eles e isto tornou-se um compromisso mútuo: da Igreja e das duas testemunhas, que não podem se omitir em revelar e dizer o que lhes é dado pelo Espírito de Deus, como é o caso deste estudo.
       A ação do Espírito de Deus em seus corpos, de modo a transitar em ambientes distantes em milhares de quilômetros, para ali afligir flagelos com a imposição de suas mãos e o fogo que sai de suas bocas já não são mais objetos de questionamentos, uma vez que isso já foi manifestado à Igreja não apenas uma vez, restando apenas a compreensão de como corpos carnais e mortais podem realizar algo cientificamente inconcebível. Primeiramente tal não seria possível se Aquele a quem foi entregue a plenitude do poder, a saber Jesus, não o quisesse e não o liberasse.


As duas testemunhas


    Como tudo que provém do Reino Celeste tem como propósito um fim educativo e informativo, para o bem da humanidade, temos por missão expressar a razão, lógica e sentido deste propósito, pois sabemos que se trata da necessária preparação da Igreja para o arrebatamento e início do Reino milenar de Cristo.
      Porventura, não está previsto que criação e criatura passarão por um processo de transformação e santificação? Não sabemos afinal que os corpos carnais e corruptíveis não suportariam a nova realidade desta transformação que hoje já presenciamos? Ora, o Deus bondoso e misericordioso não faria esta transformação sem antes preparar e informar toda a humanidade disto que fará, restando a esta simplesmente aceitar ou não, pois sabemos que Suas palavras e seus propósitos não passarão e nada poderá fazer a humanidade para evitar o que logo virá, então, a missão das duas testemunhas é o elo que liga o velho do novo mundo, da velha e da nova sociedade que renascerá.
      Segundo o estudo da carta de Paulo aos Romanos, aprendemos que a Lei mosaica serviu para que tomássemos consciência do pecado, porém a severidade da Lei fez com que o povo se voltasse contra ela, vindo daí o tempo da graça, proclamado por Jesus, não para abolir a Lei, mas para que a cumprisse com alegria, conhecendo os benefícios que ela nos concede. O texto paulino se exaure no instante em que se chega ao tempo do fim, sendo o Messias seu  autor e consumador, pois Ele mostrou aos apóstolos a verdade da ressurreição e da eternidade para os que diligentemente andarem no caminho da salvação. 
    No texto em epígrafe, Paulo fala do anseio da criatura pela redenção de seus corpos. Sabemos que Jesus tudo realizou com zelo e responsabilidade e certamente uma redenção abrupta, sem um devido conhecimento e preparo, contrariaria este princípio, por isso Paulo também disse que haveria um dia em que tais coisas seriam reveladas. Revelar aqui significa conhecer algo que ocorrerá iminentemente, daí a necessidade da missão das duas testemunhas, que igualmente a Jesus, ficarão mortos por três dias e meio, depois ressuscitarão e serão ascendidos ao céu, diante dos olhos de toda humanidade, através da televisão, internet e outras mídias.
     O processo de redenção do gênero humano se inicia com Adão, criado à imagem e semelhança de Deus, tendo o altíssimo soprado em suas narinas o Seu próprio espírito de santidade e eternidade, diferentemente dos demais povos que já habitavam a terra. Desde então cabia a Adão e seus descendentes, os judeus, estender este mesmo espírito "Neshama" aos povos descendentes do processo evolutivo, por isso, não criemos contendas e polêmicas desnecessárias, pois sabemos que Adão foi criado há cerca de 5770 anos e também sabemos que algumas das cidades ainda hoje existentes, datam de mais de 8.000 anos.
     Todo um processo de propagação do Espírito de Deus aos povos foi realizado desde Adão e é impossível dissociar a importância do judaísmo e cristianismo na formação do caráter e moral da humanidade. Quando nos dedicamos a estudar este processo, passamos a entender melhor a ação transformadora da Palavra de Deus na mente e corpo do indivíduo, que resulta na consciência de termos mais zelo no convívio interpessoal, no que resulta numa sociedade mais justa, fraterna e pacífica, estendendo este zelo à flora e fauna deste planeta que nos abriga.


A convivência da família de Adão e os hominídeos



      Os estágios da redenção divina


      Primeiro estágio: os povos pré-adâmicos

     O corpo físico ou carnal das tribos que habitavam a terra antes do processo de revelação e disseminação do Espírito de Deus era semelhante ao das últimas tribos indígenas contactadas pelo homem dito civilizado do presente século: quando vemos alguns vídeos destas tribos no primeiro contato, podemos perceber em suas atitudes e em seus olhos (que são o espelho da alma), que o sentimento de adoção ou pertencimento a um espírito supremo não está presente, pois não foram ainda evangelizados ou não tiveram troca de conhecimentos com pessoas que foram.
   Sabemos que todas as tribos alcançadas desde o princípio, praticavam rituais espirituais, porém estes não eram dedicados a um Deus revelado, mas ao espírito de criação do próprio Deus Criador, que desde que a terra era sem forma e vazia, pairava sobre as águas que cobriam toda a sua superfície. (leia nosso estudo neste link: O Criador (parte II).
   Ainda que a sociedade atual não viva a plenitude de justiça, paz e fraternidade promovidas pelo processo evangelístico, quando se depara com o ser ainda não alcançado pelo mesmo, se nota uma diferença tão gritante, que chega a apertar a alma, até mesmo de quem apenas assiste ao vídeo, quanto mais de quem teve o contato tête-à-tête. Deus os quer adotar!

       Segundo estágio: o corpo híbrido

   Adão foi criado em plenitude de santidade e vida, contudo, pela desobediência, tornou-se pecador e mortal. Alguns estudiosos entendem que a queda de Adão tenha sido necessária ao projeto de Deus em disseminar seu espírito sobre as demais criaturas e criação, pois havia um enorme desnível na condição espiritual do Adão santo e eterno em relação aos povos ainda não adotados.
   Ainda que Adão tenha se tornado pecador e mortal, o espírito de Deus ainda ardia em sua alma e passou a ter temor do Altíssimo e desde então passou a serem necessários os holocaustos para obter a presença do Espírito divino, que removia sua culpa e o santificava, repetidas vezes.
   O corpo é submisso à mente, portanto não haverá mudança no corpo se a mente não for transformada. Se uma pessoa for chamada pelo espírito, para o inicio de uma transformação, em primeiro lugar deve rever muitos de seus conceitos seculares. 
      A presença da família de Adão, que há pouco tempo era um ser que não conhecia o mal, dentro de um mundo que jaz no maligno, fez com que Deus erguesse, da descendência do mesmo, homens especiais, que embora mortais, possuíam uma conduta de santidade e obediência, dentre estes destacaram-se Enoque, Noé e Abraão, aos quais entregou grandes revelações e missões, necessárias ao projeto de redenção de toda a humanidade.


Noé constrói a arca


   Ainda que estes três primeiros servos de Deus fossem dotados de muita fé e sabedoria e tenham trazido grandes ensinamentos e sinais do Único e Verdadeiro Deus, seus descendentes perpetuavam-se no engano e maldade, até que Deus levantou aquele que normatizou o culto à Jeová e as normas de convívio social: Moisés, que iniciou o tempo da Lei, através dos dez mandamentos básicos que norteavam a vida social e religiosa dos hebreus.
    A estes e a todos quanto  Deus escolheu e ainda escolhe para uma relevante missão em seu propósito macro de redenção do gênero humano, são dotados de poder, que pela obediência, angariam a Sua confiança e torna seus pés, mãos, bocas e olhos, uma extensão do Seu próprio corpo, passando este corpo agora híbrido, ser capaz de realizar feitos físicos impossíveis ao homem comum: o corpo híbrido de Enoque sobrevoou diferentes regiões da terra e do espaço sideral, até a morada de Deus, Noé teve uma fé tão persistente, que suas mãos e sua mente foram servocomandadas por Deus para a construção da grande arca que salvou além de espécies animais, a sua família, cujos descendentes continuariam o propósito de Deus. A fé de Abraão era projetada para seus homens de guerra, que venceram exércitos bem mais numerosos e preparados. Moisés talvez seja o maior exemplo de entrega do corpo físico para que o Espírito de Deus realizasse grandes ações nos elementos naturais. Podemos citar também Davi e os profetas como homens que conscientemente se permitiram reduzir seus corpos e mentes em favor de um corpo e mente espirituais infinitamente superiores, e assim como estes, também o são as duas testemunhas citadas em Apocalipse 11 (veja nosso estudo no link: A morfologia das duas testemunhas).

       terceiro estágio: o corpo espiritual

     Até a presente data Jesus é a única pessoa que alcançou este estágio. Tendo existido no céu, à semelhança dos anjos, antes de iniciar sua missão em um corpo carnal e mortal, com seus ensinamentos, tornou-se o caminho para que todos que aceitem estes ensinamentos e O reconheça como o Filho de Deus, possam alcançar este estágio.
      O corpo espiritual é semelhante ao que foi inicialmente dado a Adão, sendo eterno e imaculado. Não obstante seu nascimento sobrenatural, Jesus viveu como todo homem mortal, à semelhança do corpo híbrido que Adão tinha após sua queda, porém estando nas mesmas condições, nos mostrou a conduta necessária para se alcançar o terceiro estágio: a salvação para a transformação em um corpo espiritual. Não convinha que Jesus reivindicasse sua condição eterna nesta Sua primeira missão como Messias.

                                            
A ressurreição de Lázaro


     Durante sua vida Jesus realizou grandes milagres como curas e ressurreições, mas após sua própria ressurreição, seu corpo ganhou a habilidade de transitar de um ambiente a outro, sem ter de caminhar ou usar qualquer meio de transporte, embora exibisse as chagas da crucificação e ingerisse alimentos e líquidos. Sua experiência terrena o qualificou como o Messias profetizado desde o princípio do propósito de redenção, sendo por isso chamado de segundo Adão e passou a ter no céu maior glória que  tinha antes de sua missão entre nós.
   Assim como Jesus provou através dos milagres que realizou, o corpo espiritual tem a capacidade de projetar suas propriedades para quem o desejar, desta forma, sua saúde foi projetada aos doentes e sua vida foi projetada aos mortos e sua eternidade projetada para os escolhidos para a Salvação, pois Ele mesmo julgará a todos.

                                                
Sedraque, Mesaque e Abedenego na fornalha de Nabucodonosor


   O evento no qual Sedraque, Mesaque e Abedenego não foram consumidos pelo fogo na fornalha de Nabucodonosor é um exemplo da projeção que a quarta pessoa fazia sobre seus corpos e vestes, que não se queimavam, igualmente ocorreu no evento da sarça ardente e nos dias atuais também ocorreu o mesmo, quando uma das duas testemunhas, numa finalidade de testar os dons que lhe foram entregues, expeliu fogo sobre o corpo da outra testemunha, que lhe tinha informado desta possibilidade, sendo que, embora as pessoas não conseguissem tocar no mesmo devido ao calor, este próprio não sentia este calor, embora seu corpo jorrasse suor, pois a projeção da vida de Jesus, que ali se encontrava e foi visto por muitos, era dirigida ao corpo desta testemunha, cujo corpo físico ardia em calor: a superior intensidade do corpo espiritual de Jesus supria as necessidades físicas e intelectuais do corpo físico e espiritual daquela testemunha do Messias.


A ascensão de Jesus

                        Porque a redenção da criação e das criaturas?

   Fomos informados no capítulo 21 de Apocalipse a respeito no novo cenário que passará a existir na terra após o advento da grande tribulação, quando se levantará o anticristo a seduzir as nações e estas experimentarão as terríveis consequências do derramamento das sete taças da ira de Deus. Os arrebatados antes desta maior tragédia nunca antes vista neste planeta, retornarão com Cristo, que lançou a besta e o falso profeta no lagar de fogo e aprisionou Satanás por mil anos.
   Juntamente com os arrebatados, os que foram mortos por não aceitarem a marca da besta governarão toda a terra a partir de Jerusalém e julgarão as nações durante este reino milenar, mas não como a falha e demorada justiça humana que vemos nos dias de hoje, mas com a verdade e retidão que suas mentes e corpos espirituais lhes atribui, pois podendo transitar no tempo e no espaço, podem conhecer a verdade e assim estabelecer a perfeita justiça (veja nosso estudo: Vivendo o Reino Milenar de Cristo).


É tempo de destruíres os que destroem a terra!
Apocalipse 11:18


corrupção e fome na Venezuela



   
Corrupção e fome no Brasil


     
Guerra, corrupção e fome na África
   
Guerra, corrupção e fome no Iêmem
   
Cem mil animais marinhos morrem todo ano por lixo jogados no mar
 
A terra chega a níveis extremos de poluição
   
Descolamento de imenso bloco de gelo na Antártica causará aumento de até 1,20 metros do nível do mar


   Eis que estão desvendados a lógica, razão e sentido do processo de redenção divina das criaturas e da criação de Deus: o homem, por seu próprio conhecimento científico, ambiental, filosófico, sociológico, psicológico, judicial e político, não foi capaz de promover a paz, a justiça social e tampouco cuidar da exuberante vida animal e vegetal do nosso magnífico e singular planeta terra, mas antes permitiu que milhares de espécimes da fauna, flora e mesmo raças humanas fossem extintas e muitos destes espécimes animais, vegetais e humanos que ainda vivem, estejam agonizando em meio à poluição, guerra e fome, decorrentes do egoísmo e ambição de todos aqueles, que alçados aos cargos políticos, técnicos, jurídicos e religiosos, se calam diante do caos que hoje vemos diariamente nos meios de comunicação.
     A volta do Messias e a instalação do Seu Reino Milenar é a única solução para salvar a vida no planeta Terra! Clamemos e nos preparemos para Seu retorno, pois esta é uma realidade que muitos dos que vivem hoje verão com seus próprios olhos!

            Por Nelsomar Correa, em 13 de maio de 2019.
     

     


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