Cristianismo e judaismo - perspectivas imediatas (parte III)

            ATENÇÃO: Esta é uma série de estudos, por isso sugerimos que a leiam sequencialmente para que possam acompanhar o desenvolvimento do raciocínio que pretendemos levar aos nossos leitores. Você encontrará os links desta série ao final deste texto. Obrigado


     Na sequência desta série queremos abordar os fatos bíblicos que comprovam a vontade soberana de Deus ao criar e estabelecer as três grandes religiões abraâmicas e entendermos o papel que Ele espera que cada uma destas desempenhe para a propagação de Seu nome sobre todos os os povos da terra.
       No primeiro texto desta série, abordamos as diferenças entre a aliança firmada por Deus com os judeus e cristãos e a promessa feita aos muçulmanos, de maneira que cabe-nos compreender o sentido destas alianças e promessas para que alcancemos o entendimento necessário à instalação de uma era de paz e harmonia no planeta, a partir destas três grandes religiões.


A estrela de Davi e a menorá são os principais símbolos judeus

      A principal característica da religião judaica é ter seu acesso bem restrito, no caso daqueles que pretendam se converter a ela, haja visto as exigências e rituais previstos para isso, enquanto que para alguém se tornar um cristão basta que confesse a Jesus como seu Único e Suficiente Salvador, ser discipulado, andar de conformidade com seus ensinamentos e batizar-se. Os judeus não possuem uma ordem ou vocação para propagarem sua religião a outros povos, diferentemente do que ocorre aos cristãos e islâmicos, mas qual seria o motivo para isso?
       Como estas três religiões são frutos de promessas feitas por Deus a Abraão, devemos retornar a essas promessas para que possamos entender melhor esta questão. Deus prometeu a Abraão que dele nasceria uma grande nação e por meio desta nação todos os povos da terra seriam abençoados, Deus prometeu a esta nação uma área territorial definida, que o mundo aprendeu a chamar de "Terra Santa", esta porção limitada de terra dada aos judeus pode justificar o motivo pelo qual o judaísmo não seja uma religião expansionista, bem como o estado de Israel.
    Se compararmos a realidade do mundo de hoje com aquela da época de Abraão, vamos perceber que toda a terra e também a região que hoje chamamos de oriente médio estava tomada pela adoração a centenas de diferentes deuses, por isso veio a ordem do Senhor a Abraão, para que se apartasse de sua parentela idólatra e se dirigisse à terra que havia preparado para abrigar um povo escolhido e separado, adoradores do Único e Verdadeiro Deus, porém a posse desta terra sempre foi e é até os dias atuais, envolta em inúmeras contendas e de fato, nunca ocorreu plenamente por períodos prolongados de tempo e de paz, devido à desobediência dos escolhidos, mesmo sendo estes testemunhas e guardiães de inúmeros e impressionantes milagres e provas da parte divina, vindo a adorarem deuses feitos pela mão humana. Deus reconhece que somos feitos do pó e que temos uma tendência carnal, por isso Ele sempre providenciou um meio de perdoar nossos pecados, porém o único pecado que lhe tem feito trazer graves castigos sobre seu povo é o de adorar outros deuses; assim foi no deserto, quando não permitiu que aquela geração que saiu do Egito entrasse na terra prometida, fazendo exceção somente a Josué e a Calebe, assim foi com a servidão na Babilônia. Após Jesus, o único pecado que Deus não perdoa é a blasfêmia contra o Espírito Santo. 


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     A genealogia de Adão até Jesus, o messias prometido desde o livro de Gênesis, originou, ante as provas bíblicas e históricas, a nova aliança, hoje representada pelos cristãos, contudo, do erro do casal Abraão e Sara, em não esperarem o cumprimento da promessa de Deus, de que deles nasceria uma descendência tão numerosa quanto às estrelas e à areia do mar, coabitando Abraão com sua serva Agar, a promessa se torna extensiva aos povos não hebreus (descendentes de Adão - o termo hebreu significa "povos do outro lado do rio, e o prefixo "heb" tem origem no nome Heber, tataraneto de Noé, de cuja descendência nasceu Abraão). Embora o homem falhe, Deus sempre cumpre suas promessas, este é um dos princípios do Seu caráter imutável. 

     O projeto de Deus se divide em dois troncos, a partir de Abraão: do tronco de Isaque, filho da promessa feita à Abraão, surgem o judaísmo e o cristianismo e, em cumprimento à promessa feita também à Abraão e estendida à serva egípcia Agar, surge o tronco de Ismael, o filho que deu ela à Abraão. 
   O projeto único que redundaria na segunda vinda do messias, passou a ser duplo: da descendência de Isaque viria a aliança que traria o messias pela primeira vez e da descendência de Ismael, uma grande nação de Deus: o islamismo, que acabou com o politeísmo na terra que abrigará a Nova Jerusalém! Esta decisão expressa o caráter de fidelidade de Deus com Sua palavra empenhada a Abraão e também o Seu caráter de justiça, por entender que Agar e seu filho Ismael não poderiam ser culpados pela decisão do casal Sara e Abraão, de quem era serva, em fazê-la coabitar com o patriarca. Deus é fiel e justo!
     Como a principal fonte histórica da saga dos  judeus é a Bíblia, podemos dizer que de Abraão até Jesus existiram 28 gerações e dos antepassados de Abraão desde Adão, mais vinte e oito. Jesus sempre foi apresentado nas profecias dos grandes profetas judeus como o renovo, o broto, ou seja, estava bem claro, que Nele surgiria uma nova aliança, a qual possibilitaria a concretização do projeto primordial de Deus, que seria a recuperação do estado de eternidade, perdida pelo pecado de Adão, por isso Jesus é também conhecido como o segundo Adão.
  A descendência de Abraão desde Ismael até o cumprimento da promessa feita a Agar, não tem a mesma historicidade que tem a de Jesus, contudo a própria história de Maomé, que veio a cumprir essa promessa, o meio em que cresceu, ainda que há época, não se dessem conta, acabou por revelar que Deus, em momento algum, em todas as gerações, tirou seus olhos e pensamentos da palavra empenhada à então serva egípcia expulsa da comunidade hebreia comandada por Abraão e igualmente zelou para que essa promessa se cumprisse, ungindo a Maomé com a missão de acabar com o politeísmo que ainda contaminava o oriente médio, mesmo depois de Moisés, Davi e Jesus (Ver nossa série de Estudos Cristianismo e Islamismo - perspectivas imediatas (link).
     Assim como Deus não deixou de lado a promessa feita a Agar, não se pode falar da aliança mosaica e da nova aliança, ignorando essa promessa, ou seja, a plenitude do projeto de Deus se cumprirá no judaísmo, cristianismo e islamismo e é por isso mesmo que os adeptos destas três religiões que adoram o mesmo Deus, aguardam um messias. O atual estado de divergências em que se encontram estas três religiões, representado em sua lideranças, não admite que o messias que cada uma delas está esperando seja a mesma pessoa, contudo, é hora de abrirmos nosso entendimento e concluirmos que existe um só Deus, que criou um só projeto de redenção do gênero humano e que desde a queda de Adão estabeleceu um único messias.
     Não podemos ser imaturos em pensar que haverão três messias, esta hipótese é apenas fruto de mal entendimentos ocorridos no passado, quando as lideranças judaicas e cristãs não conseguiram entender que o que houve com Maomé foi, de fato, a concretização da vontade soberana de Deus em cumprir Sua palavra empenhada a Agar e documentada nos próprios livros sagrados dos judeus e cristãos. Acredito que as atuais lideranças judaicas e cristãs já alcançaram um patamar de conhecimento e crescimento espiritual que possibilite uma revisão dos erros passados, acatando a vontade soberana do Deus onisciente, onipotente e onipresente. 
    Deus não precisa da autorização das lideranças cristãs e judaicas para fazer cumprir seu propósito, contudo, usa os meios de fazê-las entender, lhes enviando sinais e profetas e, de igual forma, cabe aos muçulmanos acatar os planos de Deus, na estrita dimensão em que foram proferidos à Agar e à Maomé, aceitando o único messias que em breve virá, pois Nele todos serão dignos de serem chamados "filhos de Deus".


Judeus, cristãos e muçulmanos, juntos num mesmo projeto divino.

    Em nosso estudo intitulado "O bem e o mal - o início e o fim" (link), abordamos o início do projeto de Deus em exterminar o mal de sobre a terra, com a implantação do jardim do Éden em meio a um território hostil, onde todos os ungidos a colaborarem neste projeto são confrontados com as forças do mal. Sabemos que o mal existe e é o meio que satanás se utiliza para fazer prevalecer seu reino entre os homens: Adão e Eva foram confrontados pelo mal, Noé foi confrontado com o mal, sendo zombado em sua missão de purificar a terra, salvando sua família e animais na grande arca, Abraão foi confrontado pelos povos politeístas, tendo recebido ordem de Deus para exterminá-los, Moisés foi confrontado pelo politeísta faraó do Egito, Davi foi confrontado por satanás, personificado nas pessoas que procuravam matá-lo, todos os profetas foram confrontados, Jesus foi terrivelmente confrontado, humilhado, moído e traspassado, mas em sua ressurreição, apontou o caminho para o deslinde final do projeto de Deus: a vida eterna. Maomé foi muito confrontado em sua missão de acabar com o politeísmo no oriente médio, todos foram ungidos pelo mesmo Deus e representam diferentes prismas de um mesmo projeto.

   Dentre estas três religiões abraâmicas, o judaísmo é o mais fechado, e, embora muitos judeus não aceitem ou não queiram reconhecer, atualmente cerca de cinquenta por cento dos judeus moram em Israel, porém, cerca quarenta por cento nos Estados Unidos, uma nação tradicionalmente reconhecida como cristã, seguidos do Canadá, França, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Argentina, Austrália e Brasil e comunidades menores em quase todos os países, sendo o povo da Nova Aliança que abriu o caminho para que se concretizasse as profecias de retorno dos judeus à terra prometida, ocorrida em 1947, em assembleia da ONU, presidida pelo brasileiro Osvaldo Aranha. A Nova Aliança também está autorizada a trazer o entendimento para que "O grande dia do Senhor", se manifeste entre a humanidade, trazendo a paz e a fraternidade e a verdadeira liberdade que tanto almejamos.


Praça Osvaldo Aranha, na esquina com a Rua King George, em Jerusalém, em homenagem à amizade Israel-Brasil. Além desta praça existem ruas com o nome de Osvaldo Aranha em Tel-Aviv, Ber-Sheva e Ramat-Gan


      Como temos proclamado neste canal, estamos vivenciando os últimos fatos que precedem a chegada do messias e devemos estar atentos aos sinais prometidos para os dias de hoje, visando absorver o que Deus quer falar aos homens. Cristãos, judeus e muçulmanos não podem fechar os olhos diante das grandes tragédias e flagelos que insistentemente têm assolado a humanidade nas últimas décadas e com certeza, o fim disso está condicionado a um entendimento maduro entre estas três grandes religiões, que são instrumentos principais do projeto de Deus para essa humanidade necessitada de verdade, fraternidade, amor, paz, solidariedade e fé.


Os interesses econômicos e políticos estão acima dos interesses pela vida, dignidade e paz.
    A vida humana está tão atrelada às nossas necessidades práticas diárias, que temos muita dificuldade de tirar as vendas de nossos olhos e ter um tempo para pesquisar e meditar sobre o que, de fato, representa a vinda do messias: muitos preferem imaginar que será apenas um homem revestido de poder para amenizar nossas dores existenciais, outras pessoas acham que Ele virá para trazer o fim deste mundo e outros, finalmente, imaginam que sua obra se restringe apenas ao arrebatamento da Igreja.
      O Novo Testamento detalha os fatos que precederão o Reinado milenar do messias, porém pouco se fala sobre a forma como  se exercerá esse reinado. Sabemos que Ele, o messias,  é o príncipe da paz, o bálsamo de Gileade, a Rosa de Saron, a Estrela da manhã, Grande Conselheiro, o Pai da Eternidade, o Cordeiro de Deus, etc. Sim, estas são Suas características que conheceremos pessoalmente, mas existem outros aspectos de Seu caráter que também precisamos conhecer, para que possamos entender como estaremos na transição do estado atual, para o governo do anticristo, deste para o reino milenar e do reino milenar para o reino eterno, quando o céu e a terra serão uma só nação e povo. O messias estará ungido com a plenitude de poder, sabedoria e onipresença, atributos estes que nenhum outro líder ou nação da terra jamais atingirão.
      Como podemos ver, são estágios muito diferentes de progresso espiritual pelos quais toda a humanidade passará e a Bíblia não falha em mostrar como tudo ocorrerá, dependendo somente de nossa boa vontade em querer entender, para então estarmos preparados. Atualmente estamos no estágio em que o homem armazenou um arsenal de armas tão poderoso, que a existência humana na terra está ameaçada e isso é um grande motivo de desesperança, insegurança, medo e frustração em relação às qualidades humanas, quando uma pessoa, no uso de seu equilíbrio racional passa a se questionar sobre a capacidade humana de autogovernar-se.
  As nações da terra estão divididas em blocos de interesses econômicos e políticos e isso representa ter influência ou o avanço sobre territórios onde existam riquezas e esta é a principal causa das guerras, poluições de rios e mares, má qualidade do ar, redução da camada de ozônio, além dos fúteis motivos percebidos em líderes, que buscam somente a autossatisfação de seu orgulho, em detrimento do seu povo.
    No afã de fazerem valer seus intentos políticos e comerciais, as nações se empoderam com armas cada vez mais letais e assim, cada vez mais, o cidadão comum vai se distanciando do seu direito à opinião e à liberdade e, cada vez mais, somos levados a entender que não haverá outra alternativa aos entraves criados pelas lideranças mundiais, a não ser o surgimento de um líder mais poderoso e que não pertença a nenhuma destas nações, tendo isenção e imparcialidade, portanto este líder não poderá vir da terra.
   Os fatos clamam para que digamos: Maranata! Volte logo Senhor Jesus! venha nos agraciar com Sua plenitude de amor, paz, entendimento, fraternidade, poder, sabedoria...
  Nações da terra, baixem suas armas, transforme-as em instrumentos que alimentem os povos  conforme Deus há muito tempo ordenou em Isaías 2:2-4 e que cuidem da terra e evitem o castigo previsto em Apocalipse 11:18. 

        Por Nelsomar Correa, em 07 de maio de 2017

        Outros estudos desta série:

        Cristianismo e judaísmo - perspectivas imediatas (parte I)
        Cristianismo e judaísmo - perspectivas imediatas (parte II)

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