Graça e paz amigos leitores e irmãos
Quando falamos de livre arbítrio, na maioria das vezes, não conhecemos a real dimensão que esta concessão feita por Deus representa para nossa vida diária, nas áreas material e espiritual. Na verdade, a maioria das pessoas têm uma ideia deturpada sobre o tema, pois seu completo entendimento requer também um conhecimento mais aprofundado sobre o caráter de Deus e sobre o que de fato o homem, de um modo individual e a humanidade, de modo coletivo também representam para Ele, trata-se, na verdade, de uma relação entre criador e criatura, desta forma, crer ou não neste ser transcendente, faz total diferença.
Como o homem sabe muito pouco sobre si mesmo, quando falamos no sentido de descobrir sua origem e qual o sentido de sua existência, somos inclinados, atraídos e consolidados para engajarmos no plano que tem nos oferecido as melhores respostas para estas perguntas, que são as Sagradas Escrituras, que trata destes temas de uma forma simples mas sofisticada, pois uma vez inclinados somente alcançaremos a plena satisfação e entendimento para estas perguntas, quando atingimos o estágio de consolidados, o que pode levar vários anos ou décadas, dependendo do grau de exigência intelectual e espiritual de cada pessoa.
À medida que crescemos nossos pais procuram nos ensinar o melhor que eles aprenderam em suas trajetórias de vida, nos preparando assim para que possamos fazer as escolhas mais acertadas, mas logo que aprendemos falar, eles já procuram instigar em nós um refinamento das escolhas, quando passam a nos perguntar sobre as roupas, brinquedos e até mesmo comida que gostamos. Quando começamos nossa vida escolar somos ensinados a ter bom comportamento, evitar brigas e discussões com colegas da escola, respeitar os professores e demais funcionários da e até que nos tornemos maiores de idade, são eles os responsáveis por nossos atos, porém, gradativamente, passamos a nos tornar livres por nossas escolhas e consequentemente também, responsáveis pelas consequências das mesmas.
O livre arbítrio faz do homem um ser melhor, mais responsável, mais ponderado, sensato e pleno em fraternidade e urbanidade, pois sem ele não poderemos apresentar todo o nosso potencial e talento. A história da humanidade prova que nos governos totalitários, onde não há direito à opinião, à propriedade e a uma diversidade de escolhas, estes são obrigados a abrirem seus regimes, pois fatalmente sucumbem diante do progresso das nações de regimes livres, onde o poder da criatividade e do pensamento produz uma sociedade livre, mais feliz e próspera.
Os movimentos renascentista dos séculos XIV ao XVI e iluminista dos dois séculos seguintes foram os expoentes de ideias que possibilitaram a liberdade criativa, fazendo surgir um menor controle da Igreja e do Estado sobre o povo. Como consequência destes dois movimentos, os princípios do Livre Arbítrio vieram à tona, fazendo com que os trabalhadores reivindicassem seus direitos, que os cientistas, pesquisadores e artistas pudessem expor com liberdade suas ideias, tendo como resultado a revolução industrial, que propiciou grande progresso científico e social para a humanidade.
O dualismo do livre arbítrio faz com que as pessoas doem o seu melhor para si mesmos, para as pessoas que as cercam e consequentemente para a sociedade onde estão inseridas, pois estando diante de duas ou mais opções a seguir em momentos em que devem tomar decisões, estas buscarão a melhor opção que poderão cumprir com sucesso, honrando assim sua trajetória passada, bem como a de seus pais, que por menos que seja, as instruiu. A prática dos pais cuidarem e ensinarem seus filhos até que estes possam estar preparados para tomar suas próprias decisões é evidente não apenas entre os humanos, mas na quase totalidade dos seres animais, então poderíamos dizer que o livre arbítrio, na prática não existe? que tomamos nossas decisões de forma involuntária, de forma imediata e automática? Certamente que não! pois somos conhecedores do bem e do mal; Poderíamos admitir estas atitudes para animais selvagens, pois os domesticados, são ensinados pelos humanos a obedecerem regras, sendo estes capazes de saber as consequências de suas atitudes. Estes são então os passos do livre arbítrio: fato > regras > decisão > consequências. Em nosso estudo O bem e o mal - o princípio e o fim (link), mostramos que desde o início Deus estabeleceu o livre arbítrio, sendo este portanto, um princípio divino.
A tradição da filosofia ocidental, de Aristóteles a Kant, tendeu quase unânime ao princípio dualista, não obstante diversas filosofias e religiões orientais pregarem o princípio do não-dualismo, onde inexiste distinção fundamental entre o bem e o mal, mente e matéria, onde o mundo transcendental e espiritual são meras ilusões. Outras doutrinas como o agnosticismo e ateísmo aderem em grande medida aos princípios não-dualistas, por acharem que a idealidade do transcendente e espiritual, não podem ser comprovada cientificamente.
Como dissemos anteriormente, o livre arbítrio abrange conceitos científicos, filosóficos e religiosos, por isso creio ser necessário adentrarmos um pouco nestes três aspectos, para que possamos nos embasar no paradigma que sustenta a atual mundivisão, pois, um conhecimento mais detalhado do mundo, em muito nos auxilia em nossos processos de escolhas e tomadas de decisões, a saber:
Enquanto a base dos argumentos não-dualista insistia que o transcendente (Deus) não podia ser comprovado cientificamente, na contramão desta inovação filosófica, por séculos, fundamentados nas teses aristotélicas e kantianas, autoridades acadêmicas davam suporte ao ensino da Metafísica como disciplina, nas principais universidades, nas nações mais desenvolvidas, principalmente na Europa., no afã de se obter provas científicas aos postulados filosóficos adquiridos empiricamente. Porém entre 1922 e 1936, um grupo de filósofos, coordenados por Moritz Schlick, tendo por base o "Tractatus Logico-Philosophicus" de Wittgenstein, após inúmeras deliberações, acabou por recomendar o fim do estudo da Metafísica nas instituições de ensino europeias, o que foi acatado pela grande maioria delas.
O mesmo livre arbítrio que abriu as portas para o progresso científico, no final do século XIX, por meio dos estudos de Max Planck sobre radiações eletromagnéticas, descobriu o quantum, a menor parte em que se divide a energia, ou o momento angular do elétron em um átomo. Com base nas descobertas de Planck, originou-se a constante de Planck, que ordenou a mecânica quântica. Mais tarde Albert Einstein apresentava duas pesquisas que iriam revolucionar o pensamento científico então vigente, lastreado pela mundivisão cartesiana e da mecânica newtoniana, nas quais a noção de espaço e tempo eram absolutos, as partículas sólidas elementares, a natureza estritamente causal dos fenômenos físicos e a descrição objetiva da natureza. Diante da teoria da relatividade e da teoria quântica de Einstein, estes princípios então vigentes não mais teriam espaço ante a descoberta do aspecto dual da matéria e a lei das probabilidades, pois estes princípios, numa perspectiva subatômica, não representavam mais probabilidades de coisas, mas de interconexões de coisas, que por sua vez, são interconexões de coisas com outras coisas.
Descobrimos que aquilo que achávamos que era sólido tinha mais espaços vazios, que propriamente sólidos. Descobrimos que o mundo é substancialmente mais complexo do que imaginávamos há menos de um século atrás, que a ciência não podendo demonstrar tais descobertas, as mesmas só podem ser entendidas por meio de postulados. A metafísica renasceu por meio da descoberta da física quântica. Toda a base filosófica do Grupo de Viena desaba ante às contundentes descobertas de Planck, Einstein e outros cientistas que os sucederam.
Como o homem sabe muito pouco sobre si mesmo, quando falamos no sentido de descobrir sua origem e qual o sentido de sua existência, somos inclinados, atraídos e consolidados para engajarmos no plano que tem nos oferecido as melhores respostas para estas perguntas, que são as Sagradas Escrituras, que trata destes temas de uma forma simples mas sofisticada, pois uma vez inclinados somente alcançaremos a plena satisfação e entendimento para estas perguntas, quando atingimos o estágio de consolidados, o que pode levar vários anos ou décadas, dependendo do grau de exigência intelectual e espiritual de cada pessoa.
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O difícil processo de tomada de decisões: a necessidade do conhecimento do uso do livre arbítrio e as consequências
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O livre arbítrio está intrinsecamente ligado ao cotidiano de todas as pessoas e logo nos primeiros dias de vida, quando ainda somos totalmente dependentes de nossos pais ou responsáveis e ainda nem mesmo falamos e muito menos conseguimos entender o pequeno mundo que nos cerca, já começamos a ser apresentados a um planeta onde seus seres pensantes criaram inúmeras regras, as quais temos de nos adequar. São estes os primeiros caminhos que darão forma ao livre arbítrio, que nos seguirá até o último dia de nossa existência.
Quando ainda somos bebês nossos pais e responsáveis escolhem nossas roupas, nossa comida, o berço, a decoração do nosso quarto, os óleos, sabonetes, shampoos, cremes, talcos, etc., e certamente nossos pais procuraram fazer o melhor que puderam neste sentido, pois somos, na maioria das vezes, frutos do livre arbítrio de ambos, que devem se alegrar em expor o sucesso da escolha que fizeram.À medida que crescemos nossos pais procuram nos ensinar o melhor que eles aprenderam em suas trajetórias de vida, nos preparando assim para que possamos fazer as escolhas mais acertadas, mas logo que aprendemos falar, eles já procuram instigar em nós um refinamento das escolhas, quando passam a nos perguntar sobre as roupas, brinquedos e até mesmo comida que gostamos. Quando começamos nossa vida escolar somos ensinados a ter bom comportamento, evitar brigas e discussões com colegas da escola, respeitar os professores e demais funcionários da e até que nos tornemos maiores de idade, são eles os responsáveis por nossos atos, porém, gradativamente, passamos a nos tornar livres por nossas escolhas e consequentemente também, responsáveis pelas consequências das mesmas.
O livre arbítrio faz do homem um ser melhor, mais responsável, mais ponderado, sensato e pleno em fraternidade e urbanidade, pois sem ele não poderemos apresentar todo o nosso potencial e talento. A história da humanidade prova que nos governos totalitários, onde não há direito à opinião, à propriedade e a uma diversidade de escolhas, estes são obrigados a abrirem seus regimes, pois fatalmente sucumbem diante do progresso das nações de regimes livres, onde o poder da criatividade e do pensamento produz uma sociedade livre, mais feliz e próspera.
Os movimentos renascentista dos séculos XIV ao XVI e iluminista dos dois séculos seguintes foram os expoentes de ideias que possibilitaram a liberdade criativa, fazendo surgir um menor controle da Igreja e do Estado sobre o povo. Como consequência destes dois movimentos, os princípios do Livre Arbítrio vieram à tona, fazendo com que os trabalhadores reivindicassem seus direitos, que os cientistas, pesquisadores e artistas pudessem expor com liberdade suas ideias, tendo como resultado a revolução industrial, que propiciou grande progresso científico e social para a humanidade.
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Detalhe do quadro de Michelangelo, artista renascentista, no teto da Capela Sistina no Vaticano, onde representa a ligação essencial entre Deus e o homem |
O dualismo do livre arbítrio faz com que as pessoas doem o seu melhor para si mesmos, para as pessoas que as cercam e consequentemente para a sociedade onde estão inseridas, pois estando diante de duas ou mais opções a seguir em momentos em que devem tomar decisões, estas buscarão a melhor opção que poderão cumprir com sucesso, honrando assim sua trajetória passada, bem como a de seus pais, que por menos que seja, as instruiu. A prática dos pais cuidarem e ensinarem seus filhos até que estes possam estar preparados para tomar suas próprias decisões é evidente não apenas entre os humanos, mas na quase totalidade dos seres animais, então poderíamos dizer que o livre arbítrio, na prática não existe? que tomamos nossas decisões de forma involuntária, de forma imediata e automática? Certamente que não! pois somos conhecedores do bem e do mal; Poderíamos admitir estas atitudes para animais selvagens, pois os domesticados, são ensinados pelos humanos a obedecerem regras, sendo estes capazes de saber as consequências de suas atitudes. Estes são então os passos do livre arbítrio: fato > regras > decisão > consequências. Em nosso estudo O bem e o mal - o princípio e o fim (link), mostramos que desde o início Deus estabeleceu o livre arbítrio, sendo este portanto, um princípio divino.
A tradição da filosofia ocidental, de Aristóteles a Kant, tendeu quase unânime ao princípio dualista, não obstante diversas filosofias e religiões orientais pregarem o princípio do não-dualismo, onde inexiste distinção fundamental entre o bem e o mal, mente e matéria, onde o mundo transcendental e espiritual são meras ilusões. Outras doutrinas como o agnosticismo e ateísmo aderem em grande medida aos princípios não-dualistas, por acharem que a idealidade do transcendente e espiritual, não podem ser comprovada cientificamente.
Como dissemos anteriormente, o livre arbítrio abrange conceitos científicos, filosóficos e religiosos, por isso creio ser necessário adentrarmos um pouco nestes três aspectos, para que possamos nos embasar no paradigma que sustenta a atual mundivisão, pois, um conhecimento mais detalhado do mundo, em muito nos auxilia em nossos processos de escolhas e tomadas de decisões, a saber:
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Frase de Planck: "Para os crentes, Deus está no princípio das coisas. Para os cientistas, no final de toda reflexão!" |
Enquanto a base dos argumentos não-dualista insistia que o transcendente (Deus) não podia ser comprovado cientificamente, na contramão desta inovação filosófica, por séculos, fundamentados nas teses aristotélicas e kantianas, autoridades acadêmicas davam suporte ao ensino da Metafísica como disciplina, nas principais universidades, nas nações mais desenvolvidas, principalmente na Europa., no afã de se obter provas científicas aos postulados filosóficos adquiridos empiricamente. Porém entre 1922 e 1936, um grupo de filósofos, coordenados por Moritz Schlick, tendo por base o "Tractatus Logico-Philosophicus" de Wittgenstein, após inúmeras deliberações, acabou por recomendar o fim do estudo da Metafísica nas instituições de ensino europeias, o que foi acatado pela grande maioria delas.
O mesmo livre arbítrio que abriu as portas para o progresso científico, no final do século XIX, por meio dos estudos de Max Planck sobre radiações eletromagnéticas, descobriu o quantum, a menor parte em que se divide a energia, ou o momento angular do elétron em um átomo. Com base nas descobertas de Planck, originou-se a constante de Planck, que ordenou a mecânica quântica. Mais tarde Albert Einstein apresentava duas pesquisas que iriam revolucionar o pensamento científico então vigente, lastreado pela mundivisão cartesiana e da mecânica newtoniana, nas quais a noção de espaço e tempo eram absolutos, as partículas sólidas elementares, a natureza estritamente causal dos fenômenos físicos e a descrição objetiva da natureza. Diante da teoria da relatividade e da teoria quântica de Einstein, estes princípios então vigentes não mais teriam espaço ante a descoberta do aspecto dual da matéria e a lei das probabilidades, pois estes princípios, numa perspectiva subatômica, não representavam mais probabilidades de coisas, mas de interconexões de coisas, que por sua vez, são interconexões de coisas com outras coisas.
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Frases de Einstein: "A ciência sem a religião é manca e a religião sem a ciência é cega". " Deus não joga os dados", "Deus é a lei e o legislador do universo", "Deus é hábil, mas nunca enganador". |
Muitos de nossos amigos leitores certamente podem estar se perguntando em que o conhecimento da física quântica pode me auxiliar em meu processo de tomada de decisões? Para que possamos adentrar às respostas para esta questão, já no uso do livre arbítrio que nos permite conhecer tanto os princípios filosóficos como os científicos, vamos conhecer os princípios teológicos, com base na Bíblia. No Livro de Daniel 12:3-4, este profeta de Deus, agraciado com o dom de profecia e de interpretação de sonhos além de notável sabedoria, elevado ao cargo de governador da Babilônia, por ter interpretado um intrigante sonho do rei Nabucodonosor, teve a visão dos dias atuais, onde a ciência, cada vez mais atesta os princípios, ensinamentos e profecias divinos.
Deus nos recomenda a busca pelo conhecimento e isso é dito em diversas ocasiões, como em Provérbios 25:11, Oseias 4:6, João 5, etc.
A
descoberta da física quântica possibilitou o
desenvolvimento de uma infinidade de aparelhos como o controle remoto, os
sinais de tv digital, a internet, o bóson de Higgs, a chamada partícula de Deus
(ver nossa postagem O homem anseia por
descobrir os mistérios de Deus), ou partícula essencial da matéria. Os
postulados quânticos assim como a teoria do bóson de Higgs apontam para
constatação que o universo não poderia ter iniciado sem a existência de uma
mente atemporal que provocasse a eclosão da partícula essencial da matéria, a
partícula menor que o átomo que causou sua origem, o que para nós crentes é a
prova científica de que esta mente atemporal é Deus e isso está escrito no primeiro
versículo de Gênesis: "No princípio Deus criou o céu e a terra", ou
seja, antes de criar o céu (universo) Deus já existia, sendo portanto a mente
atemporal de que falam os cientistas.
Sendo o livre arbítrio um princípio do criador do universo e de tudo que
nele há, temos de ter a sensatez de admitirmos que não pode haver outro caminho
a seguir a não ser usar o livre arbítrio segundo os princípios deste ser atemporal,
onisciente, onipotente, onipresente, bondoso e amoroso.
Não vamos delongar sobre as consequências daqueles que não optaram por se engajarem ao projeto divino, mas se uma vez uma pessoa decidiu espontaneamente aceitar cumprir a vontade de Deus, este deve ter em mente que deve tê-lo como Salvador, mas antes disso como Senhor de sua vida, pois o cumprimento de Suas promessas estão condicionadas em primeiro lugar, em que o indivíduo convertido cumpra Seus princípios e Sua vontade.
A busca pela interatividade com o ser transcendente que chamamos de Deus é algo inerente ao homem, e desde a pré história temos registro desta busca pelo ser espiritual e até as mentes privilegiadas dos grandes cientistas, dotadas de uma imensa capacidade de raciocínio, são levadas a este encontro. Este ser transcendente quis se fazer conhecer aos homens, escolhendo Abraão para fazê-lo conhecido de todos os povos e tendo Abraão perguntado seu nome, este respondeu: pode me chamar de "Eu sou".
Infelizmente temos lido e ouvido diversas pessoas dizerem que o livre arbítrio é uma maldição, que na prática este não existe, uma vez que toda escolha tem uma consequência. Quando ouço isso, logo me vem à mente a impressão da falta de maturidade, a falta de auto estima, de não ver a si próprio como um ser dotado da sabedoria necessária para saber conduzir-se pelos árduos caminhos da vida, alguém que não consegue entrar na fase adulta da vida, onde de fato seja pleno de todas suas faculdades mentais, conhecedor de seus direitos e deveres, alguém que não conseguiu se desvencilhar da tutela paterna, que necessita ser acalentado, mimado.
O filósofo alemão Immanuel Kant descreve em seu estudo "a terceira crítica", a necessidade do indivíduo fazer esta passagem (übergang) para a vida plena e madura. A primeira crítica trata da razão pura, do conhecimento da natureza, compreendendo o funcionamento da nossa faculdade do entendimento, mas percebeu que este sistema não atendia às exigências da razão prática pura, então desenvolveu sua segunda crítica: a crítica da razão prática, onde propôs que através da liberdade podemos criar leis morais que norteiam nossas decisões mais sensíveis. mas concluindo que estas duas críticas não atenderiam plenamente ao processo de tomada de decisões, Kant, em 1790, escreve sua terceira crítica, que chamou a crítica do juízo, descrevendo o funcionamento de nossa capacidade de julgar, que está entre a faculdade do entendimento e a da razão, compreendendo e contextualizando a necessidade da passagem ou transição entre estes dois domínios distintos: a natureza e a liberdade. Kant era adepto do protestantismo.
Vivemos atualmente em um mundo tecnológico, globalizado e conectado via internet, em redes sociais, aplicativos, fóruns de discussões, sites, blogs, etc, sendo bem diferente daquele de apenas duas décadas atrás. Nossas decisões não podem ser mais pautadas levando-se em conta apenas uma área de nossas vidas, mas considerando as consequências sobre todas as áreas que nos afetam. Atualmente temos de tomar cuidado redobrado com nossas decisões mais corriqueiras, nossas atitudes estão sendo observadas não mais apenas por amigos, familiares ou vizinhos, colegas de trabalho, igreja ou outros meios sociais que frequentamos, com a internet adquirimos muitos novos "amigos", que embora não conheçamos fisicamente, passam a fazer parte de nossas vidas. Com eles passamos a adquirir novos saberes e com a internet, uma variedade incalculável de assuntos estão à nossa disposição em poucos cliques. Certo dia fui visitar um casal amigo septuagenário, que recebia visitas na mesma faixa etária e ao adentrar à sala fiquei surpreso pois as cinco pessoas que estavam em casa, estavam sentadas no sofá e todas manuseando constantemente os teclados dos seus celulares e não deram muita atenção ao cumprimento que fiz a todos, preferindo a maioria manter os olhos fitos nos aparelhos . Embora fosse um pouco mais de duas décadas mais jovem que eles, achei aquela cena interessante, pois a poucos anos atrás ainda se valorizava mais a atenção às visitas, a conversa olho a olho. Percebi que conhecimentos, costumes e certas atitudes adquiridas ao longo de décadas podem ser alteradas pela imposição da mudança de costumes coletivos, valores consagrados de relacionamentos e convivência, são alterados como que num clique. Posso dizer que minha própria mãe se impacientava quando um grupo de filhos e netos iam visitá-la e em vez de conversar com ela, dando-lhe alguns momentos de atenção, a maioria estava conectada em suas redes sociais através do celular, percebi que esta impaciência dela acabou até o dia que a presentearam com um celular com acesso à internet, criando para ela perfis no facebook e whatsapp. O livre arbítrio nos possibilita tomada de decisões também no que se refere a mudança de atitudes, de costumes, de valores e na medida em que somos bombardeados por informações diárias vindas de toda parte da terra, passamos a ter em nossas mãos acesso a toda forma do bem e do mal e com isso o nosso livre arbítrio passa a ser testado a todo momento, passamos a ser forçados a aderirmos a certos padrões, os quais não temos mais a desculpa de desconhecer, pois afinal, temos na palma da mão toda e qualquer informação disponível através da maior biblioteca do mundo, chamada Google.
Este vídeo do youtube representa bem as mudanças de comportamento que ter o mundo na palma da mão através da internet estão fazendo na sociedade
Finalmente, para o nosso bem, começamos a perceber que esse bombardeio de informações não está fazendo muito bem para os relacionamentos familiares e já começamos a nos conscientizar que em determinados momentos, temos de nos desconectar do mundo virtual e nos conectar com o mundo real, que na verdade é onde nossa vida acontece, é onde temos nossos amigos e familiares com os quais podemos conversar olhando nos olhos, cumprimentá-los com um aperto de mão ou um abraço, onde podemos desfrutar de um lanche, almoço ou jantar juntos, com os quais possamos ter um relacionamento de compromissos reais. É irracional culpar Deus por ter nos concedido o livre arbítrio, pois nossas escolhas e nossas decisões dependem exclusivamente de nós mesmos e, portanto o livre arbítrio não é a escolha propriamente dita e sua consequência em si, mas sim a liberdade com que fomos agraciados para sermos atores de nossas escolhas e decisões, e isso eleva o caráter de uma pessoa, na medida que seremos julgados nos atos e nas consequências destas decisões, pois fatalmente estas não afetam a nós somente, mas também a todos que nos rodeiam. Mas por que Deus insiste tanto neste projeto, a ponto de enviar Seu filho unigênito para morrer de forma tão cruel? Exatamente para que compreendêssemos que precisamos ser quebrantados em nosso orgulho, ambição, maldade, avareza, violência, insensatez, mentira, pois sendo Seu Filho parte de Si mesmo, herdeiro de tudo que existe, abdicou de toda Sua glória, se fazendo o mais humilhado e rejeitado de todos os homens, e assim conseguíssemos abrir nossos olhos e enxergar que nenhum poder ou glória terrena podem ser motivos para deixarmos de praticar o bem para com o próximo. Jesus tinha livre arbítrio para evitar tudo o que passou, porém Ele sabia que o projeto de redenção da humanidade era algo tão necessário e urgente, que não desviou de sua missão, ainda que soubesse antecipadamente o que lhe sobreviria. Nós temos livre arbítrio, mas não sabemos o que nos reserva o futuro e é exatamente por isso que estar engajados na vontade de Deus faz toda diferença: não sabemos o nosso futuro sem Deus, mas sabemos que com Ele, por maiores que sejam as adversidades, sairemos delas vitoriosos e certamente temos de ser honestos em admitir que nossas adversidades não serão maiores que as que Jesus padeceu. Por isso Ele nos disse: "Em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo". Por Nelsomar Correa, em 30 de abril de 2017 |
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